O slogan “mais do que um hotel” pode ser levado à letra. De facto, a Casa Mãe é também um restaurante em Lagos, um spa e uma loja ampla onde tudo o que se vê é fabricado em Portugal, com direito a uma revista editada no ano de lançamento (2016), feita no mesmo papel dos cadernos Emílio Braga.
O hotel de cinco estrelas ocupa uma antiga propriedade que estava abandonada, em pleno centro histórico, e distribui-se ao longo da muralha, datada do século XVI. “A casa estava quase a colapsar”, recorda a ex-gestora financeira Veronique Polaert, que se apaixonou pelas pedras velhas e pela construção pombalina a ponto de trocar os planos de investir em Marselha pelo Algarve. Na sua cabeça nunca esteve a ideia de fazer só um hotel, daí os primeiros passos terem passado por uma roadtrip para “encontrar novos designers portugueses a trabalharem técnicas antigas” e pelo cultivo de uma horta que ocupa boa parte da propriedade.
O resultado dessa procura vê-se desde logo no chão que pisamos, onde a tradicional tijoleira retangular de Santa Catarina foi redesenhada em exclusivo para o hotel. Mas as parcerias criativas vão mais longe, das cerâmicas que Ricardo Lopes fez para colocar o champô e gel de banho, aos roupões La Paz, passando pelos tapetes de Mizette Nielsen, no mesmo azul e branco que se repete na decoração.
Ao todo são 34 quartos distribuídos por vários edifícios, entre um estilo vintage – no edifício pombalino – e o “estival-chique”. O que não falta em nenhum são redes, plantas tropicais e espreguiçadeiras – neste caso, da marca Lona e também personalizadas com uma ilustração da dupla Liv & Dom.