Os destinos com montanha foram sempre os preferidos, desde a lua de mel, há 20 anos. “Éramos mochileiros puros. Dormíamos em tendas e fomos aos Andes, aos Himalaias, ao Nepal, à Costa Rica… Depois tivemos filhos e ficou mais difícil”, conta Joana Morais e Castro.
A ideia de ter um refúgio de fim de semana veio daí. Tinha de ser relativamente perto do Porto, onde a família vive, mas sobretudo ter a paisagem que tanto queriam: montanha e floresta, “que tranquilizam e sossegam muito”. Por influência de um amigo e da infância passada a acampar e a fazer percursos na serra, Miguel Martins dos Santos quis ir visitar um terreno no Gerês. Foram com a filha Teresa ao colo – isto há 10 anos – e os olhos quase sempre no chão, a ver se não caíam, porque “o terreno era muito inclinado, não tinha caminhos, nem se percebia”.
“Isto foi quase uma inconsciência”, diz Joana. Uma inconsciência empurrada pelo marido, que se apaixonou pelo bosque autóctone de carvalhos e bétulas, a vista sobre a albufeira da Caniçada com o parque natural do outro lado, e sobretudo a ideia de ter uma casa de montanha no meio da natureza quase intocada, a 400 metros de altitude. “Estamos não muito longe da civilização, mas ela não se vê e não se ouve”, diz, enquanto percorre o caminho de acesso à casa. “Temos apenas o som constante da água e dos passarinhos.”