Antes de se apaixonar pela casa, Frederico Horta apaixonou-se pelo terreno. Dois mil metros quadrados “no meio de uma floresta de carvalhos e de cedros”, em parte contornados por um ribeiro, com o som da água a correr e nada mais que a natureza.
“Acede-se por uma estrada de terra batida, sem saída, e nem se ouvem aqueles barulhos típicos das aldeias, como as motoretas”, brinca o proprietário. Com restaurantes na zona do Porto, há anos que o chef de cozinha queria ter um projeto rural e gostava desta zona – “as portas do Gerês”, como lhe chama, com vista para o Parque Natural, em Vieira do Minho.
Aquando da primeira visita a casa não estava habitável, mas o potencial estava todo lá: “por ter sido construída num vão em queda, tira partido da inclinação do terreno, com janelas bastante abertas e caixilharias e portadas em madeira”. Fã do modernismo na arquitetura, Frederico manteve todos esses pormenores na reabilitação para guesthouse, assim como as paredes
em granito, as duas varandas que se debruçam sobre a floresta e a curiosa janela em forma de triângulo num dos três quartos. Tudo o resto nasceu com a intervenção: o open space no piso térreo, com direito a lareira na sala de estar, embutida na pedra; o pavimento em epóxi,“muito semelhante ao microcimento”, as três casas de banho modernas, ou os rodapés e roupeiros lacados.
“A casa é muito minimalista, e queremos que quem vem possa ter a hipótese de se isolar e estar em contacto com a natureza”, resume Frederico. Por isso mesmo, a estadia é reservada em regime de exclusividade, com capacidade para seis hóspedes. Quem chega tem também direito a desfrutar da piscina de água salgada, construída num dos socalcos do terreno, assim como da zona de barbecue.