Quem passa na estrada e vê a construção arredondada pode pensar que se trata do forno de uma antiga padaria, mas na verdade o calor que faz lá dentro é outro – debaixo da abóbada está um hamam, feito para viver a experiência dos banhos turcos nesta ponta do Mediterrâneo. A dúvida inicial é legítima: na Companhia das Culturas, que ocupa uma velha fazenda em Castro Marim, tudo o que se vê, à exceção desse balão perfurado, foi reconstruído a partir de edifícios existentes, num projeto assinado pelo arquiteto Pedro Ressano Garcia.
Um dos quatro apartamentos ocupa um antigo lagar, assim como a ampla sala de estar onde a prensa e as mós foram integradas na decoração. Os restantes três ficam no que em tempos funcionou como ovil, e ainda há oito quartos onde antigamente ficavam as casas dos fazendeiros, dos caseiros e até dos animais.
Com 40 hectares, a propriedade remonta pelo menos a 1756 e já vai na sétima geração, sempre na mesma família. Francisco Palma-Dias e a antropóloga Eglantina Monteiro são o casal de proprietários que garante o bom gosto em cada recanto, do mobiliário de design às obras de arte, passando pelas peças de artesãos locais, disponíveis também na loja que faz as vezes de receção.
Da horta saem ingredientes para as refeições e estão a ser também desenvolvidos óleos para uma linha própria no spa, a juntar à marca de amenities lançada em 2019, a 8950.