Cacao Equador

Bombons, trufas e tabletes de chocolate que, antes de conquistarem pelo estômago, prendem o olhar.

Texto: Mariana Abreu Garcia

Em 2008, ela era professora e ele liderava o departamento de design numa multinacional. Se na altura dissessem a Teresa Almeida e Celestino Fonseca, ambos formados em belas artes, que nesse ano haviam de se aventurar na chocolataria, o mais provável era não acreditarem. Mas assim foi.

Celestino tropeçou na ideia em Leiria, quando entrou num espaço ao acaso para beber um café e se deparou com chocolates que, apesar de muito bons, eram embalados e apresentados com pouco cuidado. “Deu-me um clique”, recorda. “Falei do assunto em casa e a ideia entusiasmou a minha mulher.” Apesar de ambos estarem profissionalmente estáveis, a vontade de fazer algo diferente pairava entre o casal. “Não houve business plan nem nada que se pareça: pensámos apenas em fazer alguma coisa boa e muito bonita.”

Em parceria com o chef pasteleiro que conheceram em Leiria, a Cacao Equador deu os primeiros passos em 2009 e, passados três anos, Celestino e Teresa estavam a largar os seus empregos para se dedicarem ao projeto a 100%. Ficaram conhecidos pelos primeiros produtos que lançaram: trufas e tabletes de chocolate cuidadosamente embaladas, que vinham com pequenas ilustrações de Celestino, com um espaço para que cada pessoa pudesse escrever à mão uma mensagem personalizável. Ainda é assim. “Durante os períodos de confinamento da pandemia, este pormenor fez ainda mais sentido. Quem encomendava para oferecer, podia incluir uma mensagem para nós escrevermos no cartão.”

Os chocolates passaram a ser produzidos em pleno Porto, numa oficina de 300 metros quadrados que entretanto deu lugar a uma de 600 – “e já não chega também”. A produção de chocolates corria bem mas assentava num modelo que permitia controlar pouco a qualidade da matéria-prima, o que desagradava Celestino. “Não nos interessava trabalhar apenas as receitas de chocolate. Nós queríamos o nosso próprio chocolate.” Em parceria com roças em São Tomé e Príncipe, a Cacao Equador passou a poder controlar a qualidade do cacau desde o momento da colheita, passando pela fermentação, a secagem e até o transporte. “Faz toda a diferença. A logística é complexa mas a qualidade é superior.”

Dos muitos produtos da Cacao Equador, destacam-se as tabletes de chocolate, que vêm embrulhadas em papéis com diferentes padrões e inspirações, criados pelo casal. “Andamos sempre entre o papel de empresários e de artistas, o que é muito bom para nós.”

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