Carla e André realizaram o sonho de muita gente: recuperar um monte alentejano em ruínas. A ideia surgiu depois de o primeiro filho nascer: queriam um espaço para ele correr ao ar livre e sujar-se na terra, e o apartamento em Lisboa já não chegava. Na recuperação o traço tradicional foi mantido, agora com direito a janelões abertos para o exterior, e a casa foi toda isolada a nível térmico, com um reforço na fachada sul, onde foi revestida a cortiça – de tal forma que nem precisa de ar condicionado. Só a zona da sala e da cozinha, em open space, tem cerca de 100 metros quadrados, porque outra coisa que o casal queria era “ter um sítio onde reunir os amigos, fazer churrascadas e apelar ao convívio”.
Desde o final de 2019 começaram também a receber hóspedes e a partilhar a horta, o forno a lenha – onde acontecem, pontualmente, workshops de pão alentejano – e os sete hectares contíguos à casa, onde fizeram questão de manter as árvores centenárias e onde moram agora também ovelhas, galinhas e uma burra. Entre o furo de água e os painéis solares, é tudo autossuficiente.
O monte é generoso e inclui quatro quartos, qualquer um com possibilidade de colocar cama extra e um com entrada independente e mezzanine, a que chamaram loft. Da propriedade fazem ainda parte uma piscina, um celeiro (que este ano será estreado com o primeiro casamento) e um parque infantil com direito a escorrega, baloiços, cordas e uma casinha de madeira. Todas as manhãs, o pequeno-almoço é entregue à porta, acabado de preparar pelos caseiros.