As provas de vinhos acontecem debaixo de uma oliveira com dois mil anos, quando está bom tempo – o que é quase sempre, ou não estivéssemos no Algarve. Se as três mil horas de sol por ano são famosas, o mesmo não se pode dizer dos vinhos da região, uma realidade que o Morgado do Quintão tem tentado modificar desde 2017. A partir dos 13 hectares de vinha, a produção da quinta, que foi fundada pelo Conde de Silves e já foi a maior do Algarve, conta já com várias referências de vinhos diferentes, todos feitos com castas locais, em parceria com a enóloga Joana Maçanita.
Os rótulos são gráficos e modernos – alguns desenhados por artistas, depois de uma residência –, mas tudo o resto é antigo, no bom sentido. Recuperadas com materiais locais, há quatro casas de campo na quinta de 60 hectares e todas podem ser reservadas em exclusividade e contam com tanque ou piscina. Três delas dão para oito pessoas – incluindo a antiga casa dos caseiros, batizada de “buganvilla” por causa da árvore e das heras que tomaram conta da fachada –, e a maior chega a acomodar 12.
Com direito a um passeio guiado pelas vinhas, as provas de vinhos podem incluir também um almoço com pratos e petiscos algarvios. Na eventualidade rara – muito rara – de estar mau tempo, acontecem noutro cenário digno de visita: o antigo lagar de azeite, com prensas centenárias intocadas.