Júlio Penela lembra-se perfeitamente do primeiro molde para injeção feito na fábrica, de um Carocha: “O meu tio conta que foi um desafio lançado pelo meu avô, que queria fazer o carro em brinquedo, e que foi uma dor de cabeça.” Foi nos anos “50 e qualquer coisa”, na família já se faziam brinquedos desde a década de 1920 mas o bestseller da Volkswagen marcou uma nova era, quando se começou a usar a primeira máquina de injeção de plástico com alavancas para fazer réplicas exatas dos automóveis originais – houvesse moldes para servir de referência.
“Quando saiu o Renault 5 quisemos logo fazer o carro em brinquedo também”, continua Júlio, “e também foi uma festa quando conseguimos. Sempre primámos pela perfeição. Também sempre fomos obrigados a perceber de tudo. Lavávamos as mãos e íamos para o escritório”.
Júlio foi trabalhar para a fábrica aos 16 anos, hoje tem cinquentas e é a quarta geração à frente de um negócio de família que começou em 1921 e que um século depois continua
a fazer sair de Alfena táxis, jipes, cães com rodas, cornetas, gruas, balanças e fogões de brincar, em plástico e lata.