Quem olha para a fachada cor-de-rosa nunca adivinharia que aqui em tempos funcionou um estábulo. O edifício fechado e escuro deu lugar a uma guesthouse cheia de luz – a transformação foi tal, que quem o vê de fora nem percebe que na verdade estamos a falar de duas casas, encaixadas uma na outra.
De um lado fica a moradia principal, com um primeiro andar em open space onde saltam à vista as vigas de madeira do teto e a cozinha de paredes amarelas, do outro um estúdio de 30 metros quadrados, completamente equipado e com direito a terraço.
Localizada na ilha de São Miguel, nos Açores, a Pink House abriu no verão de 2017 depois de uma intervenção profunda do Mezzo Atelier, o gabinete de arquitetura de Giacomo Mezzadri e de Joana Garcia de Oliveira, proprietária do espaço. Foram os pais de Joana que herdaram o terreno de 1,6 hectares e são eles quem trata do dia a dia das guesthouses ao pormenor. Todas as manhãs, por exemplo, é a mãe quem prepara as cestas do pequeno-almoço, deixadas à porta de cada casa, para não incomodar os hóspedes. Para além dos produtos frescos e locais, que vão dos queijos açoreanos às frutas da quinta, a cesta inclui sempre uma flor apanhada ali mesmo nos jardins.
Se o estúdio acomoda um casal sozinho ou com um filho, a casa-mãe é para um grupo maior, com dois quartos tão grandes que os proprietários até brincam e dizem que são “dois e meio”. Em ambos os casos, os hóspedes têm acesso direto à propriedade. Vale a pena passear pelas várias quintas, batizadas consoante as árvores de fruto cultivadas, e aproveitar a zona exterior onde antigamente funcionava a estufa e que agora está preparada para acender fogueiras no chão, ao ar livre.