Quinta do Vallado

Empreendedora antes de a palavra existir, Dona Antónia Adelaide Ferreira teve cerca de 30 quintas no Douro. A do Vallado foi uma delas e distingue-se por continuar nas mãos da família ainda hoje, neste caso dos tetranetos.
Todas as visitas à adega começam com uma contextualização da vida da famosa Ferreirinha e estão incluídas na estadia, com prova de cinco vinhos no final. É que para além de produtora reconhecida, a Quinta do Vallado alberga também um wine hotel, dividido por dois edifícios com três séculos de diferença.
No original, onde funciona ainda a casa da família e a fachada salta à vista, num laranja vivo, ficam cinco quartos num registo mais clássico, com namoradeiras em xisto e cabeceiras de cama em madeira antiga pintada à mão. No edifício moderno, concluído em 2012 e todo em xisto, madeira e betão, ficam os restantes oito, e ainda a sala de estar com duas lareiras e cadeirões em pele, a biblioteca recheada de livros e revistas de vinhos, e ainda o restaurante com um terraço protegido do sol pela sombra da própria vinha (também há borrifos de água constantes nos dias mais quentes).
Simultânea à construção do novo edifício, e assinada também pelo arquiteto Francisco Vieira de Campos, a adega é moderna mas está integrada na paisagem, por ser inteiramente revestida a xisto. Toda a produção usa a gravidade, e as visitas fazem-se na mesma direção – desde o terraço até à cave, há várias descidas dramáticas garantidas através dos túneis de betão.
O caminho para a piscina permite admirar parte da generosa horta, e é aí que fica também o spa, o ginásio envidraçado e o original bar, numa antiga pipa de vinho do Porto. Através de vários trilhos sinalizados, é possível ainda subir até ao miradouro das Devesas, descer até ao rio Corgo – afluente do Douro que passa mais perto do hotel – ou simplesmente passear no meio das vinhas velhas.