Costuma-se dizer que nos Açores é tudo verde, e no Senhora da Rosa isso é verdade até nas paredes. No novíssimo hotel de São Miguel, a vegetação foi levada também para dentro de portas e é possível “mergulhar na fauna e flora da ilha numa atmosfera confortável e de bom gosto”. São cerca de três hectares, numa quinta do século XVIII que em tempos foi conhecida pela produção de laranjas, mais tarde pelos ananases, e que afinal não é assim tão verde nisto de receber hóspedes – antes de fechar portas, há nove anos, chegou a funcionar como estalagem.
Na reabertura, mantiveram-se as estufas brancas de madeira e vidro, mas agora com direito a tanques de água aquecida no interior, onde é possível tomar banho (há ainda uma piscina exterior, noutra zona do hotel). Já não estamos a falar de uma estalagem, mas de um quatro estrelas superior com 35 quartos, incluindo dois “Tranquility Garden Lodges” – duas cabanas de madeira que recriam os cafuzes açorianos onde os cereais eram armazenados antigamente. Com 33 metros quadrados, têm direito a zona de estar e a um terraço com banheira ao ar livre, rodeada de bananeiras.
Para além do hotel, há ainda um restaurante chamado Magma e um spa chamado Musgo onde, a par dos nomes inspirados na natureza açoriana, a ideia é usar maioritariamente produtos locais e até mesmo feitos dentro de portas. Na mesma família há várias gerações, a propriedade tem ainda uma linha de amenities exclusiva, produzida por uma saboaria local com ingredientes da quinta – laranjas, limões, bananas ou castanhas, consoante a época – e que conseguem a proeza de não usar plástico e serem, desta vez metaforicamente, verdes e amigos do ambiente.