A antiga caixa-forte foi transformada numa “walk in garrafeira”, e onde em tempos funcionou um banco funciona, desde 2019, o Torel 1884. As pesadas portas do cofre estão normalmente abertas, a convidar a uma prova de vinhos, e são um dos melhores exemplos do espírito de todo o hotel, onde se tentou preservar ao máximo tudo o que era de origem e ao mesmo tempo transmitir uma sensação de casa, num palacete exclusivo.
No total são 12 suítes, todas diferentes. Se umas têm papel de parede na casa de banho – da marca Ralph Lauren e recheado de pássaros exóticos – outras são decoradas nos mesmos tons da porcelana chinesa ou têm uma enorme tela de Jorge Curval pintada com recurso a grãos de café. É que além de permitir a experiência de dormir num edifício do século XIX, em plena Baixa do Porto, o Torel 1884 faz uma viagem aos descobrimentos portugueses. Cada um dos três andares é inspirado num continente diferente – África, América e Ásia – com uma decoração que privilegia os materiais naturais como a madeira, a palhinha e a pele. É tudo em grande: as plantas, as janelas, a chave da porta, os quartos espaçosos, as banheiras ao pé da cama, o pé-direito (quase cinco metros) e a claraboia que ilumina as escadarias.
E vale a pena andar para cima e para baixo: no topo fica a Livraria Debaixo das Estrelas, a biblioteca com livros de viagens vindos de coleções privadas; no piso térreo fica o Bartolomeu, o restaurante de inspiração colonial onde os petiscos foram feitos para partilhar e para acompanhar com os vinhos – todos portugueses – da garrafeira aberta a sete chaves.