As ervas são pequeninas, mas Rute Porto não queria fazer “uma brochurazinha” a condizer. Em vez disso, o sonho era criar “um objeto bonito” e ambicioso com uma dupla função: “um livro de receitas que fique para sempre” e um herbário sobre ervas aromáticas, “com o que elas nos podem dar a nível medicinal e culinário”. Sal Verde é tudo isso, materializado em 270 páginas com capa dura, para passar de geração em geração. Um volume de peso, que é também o resultado de um trajeto muito próprio, de uma designer gráfica que se tornou agricultora e lançou uma marca pelo meio.
“Fundámos a Be Aromatic há oito anos porque queríamos mudar de vida”, resume Rute. O plural inclui o marido João Marcos, arquiteto paisagista. “Queríamos ser agricultores e vender a granel, mas percebemos que precisávamos de fazer uma marca para conseguir ter outra rentabilidade das ervas aromáticas”, continua. Através de uma agricultura biológica, variedades como o poejo, a cidreira e a hortelã-pimenta são cultivadas na quinta do casal perto de Évora e vendidas em bonitas latas ilustradas que a própria designer criou. “Logo no início comecei a ter solicitações de pessoas que queriam saber como poderiam usar as ervas, e a ideia do livro nasceu aí.”