Cécile Mestelan

Cécile gosta de brincar com formas, sobreposições de cores e geometrias.

Texto: Mauro Gonçalves

Natural de Biarritz, em França, Cécile Mestelan instalou-se em Lisboa em 2013. Quando veio para Portugal, era a escultura que lhe ocupava mais espaço na bagagem. Peças conceptuais que, por condicionantes orçamentais próprias de uma estudante universitária, eram sempre feitas em gesso. “Trabalhava formas mais esculturais e ia expondo onde houvesse oportunidade. Mas percebi que o mundo da arte era muito fechado aqui em Portugal. Toda a gente adorava o que eu fazia, mas depois não acontecia nada. Estive mesmo para desistir, até planeei abrir um café”, conta. A ideia não teve pernas para andar e ainda bem, porque depois de se apaixonar pela cerâmica numa residência artística na Vista Alegre, surgiu uma segunda muito mais promissora: recorrer ao crowdfunding e comprar um forno. A aquisição permitiu-lhe começar a dar aulas. As aulas, por sua vez, aproximaram-na de um novo mundo: cerâmica utilitária.
Hoje, o trabalho de Cécile é um compromisso entre os dois universos. “Spiky” e “Le Rayon Vert” são dois exemplos de coleções de taças, pratos, copos e chávenas, mas as referências escultóricas não desapareceram por completo. “Já nas Belas-artes me diziam que era muito pop”, admite. As pegas e detalhes assumiram formas quase espaciais, no caso da primeira. Na segunda, um cocktail ao pôr do sol deu azo a sobreposições de cores e geometrias.
Ao mesmo tempo, o uso da cor possibilita os mais loucos jogos gráficos à mesa. No final do processo criativo, utilidade e diversão fazem parte da mesma receita.

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