Bisarro

Pintada de preto pelo fogo, a Bisarro junta a técnica de Bisalhães a um design contemporâneo.

Texto: Catarina Homem Marques

Imagine-se a pegar num serviço de chá, a metê-lo dentro de um forno artesanal alimentado manualmente a lenha e a pegar fogo a tudo. Não será talvez coisa para fazer sozinho em casa, mas é o processo que dá origem à olaria preta típica de Bisalhães (concelho de Vila Real). Desde 2015, ele também serve para produzir os artigos da Bisarro, uma marca que provoca uma “quebra formal com o tradicional”, mas apenas para provar que a mesma técnica milenar pode existir com “formas contemporâneas e ajustadas ao mercado nacional”, segundo explica Renato Rio Costa, um dos três designers fundadores e atual responsável pelo projeto.
Com os seus próprios desenhos, a marca trabalha sempre diretamente com os oleiros para não perder de vista aquilo que acha essencial – o respeito pelo método de Bisalhães, classificado pela UNESCO. “A oportunidade de explorar e aprender mais sobre os métodos artesanais, os primórdios da produção cerâmica, foi um dos fatores que nos fez deixar o contexto industrial. E o facto de a olaria estar em vias de extinção motivou-nos a continuar.”
Dos jarros e das taças, a Bisarro passou para uma linha muito mais vasta, que inclui bules, castiçais e até centros de mesa, todos em barro preto, com uma história que cada peça – feita à mão – conta à sua maneira. “Queremos provar que o design pode ser uma valiosa ferramenta na salvaguarda de tradições.”

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